Cultura precisa sair do discurso e virar prática
- Andre Felippa
- 24 de mar.
- 2 min de leitura

Poucas coisas são tão faladas e tão pouco aplicadas na prática quanto a cultura organizacional.
Com frequência, vemos frases bonitas que ninguém lembra, decorando os websites e sedes das empresas, mas sem impacto real.
A verdade é que, sem clareza e adesão consistente dos líderes, a cultura da empresa perde força, e às vezes até atrapalha.
Recentemente, conduzi workshops com uma empresa cliente para redefinir e polir seus elementos de cultura. Trabalhamos com os líderes para repensar os valores, traduzi-los em comportamentos observáveis, e propor rituais que realmente sustentem o que se espera do dia a dia.
O resultado foi uma cultura mais legítima, coesa e aplicável. Não um simples manual, mas um sistema vivo, cocriado a muitas mãos.
Os 6 pilares de uma cultura forte
Uma cultura organizacional bem estruturada costuma se apoiar em 6 elementos:
1. Propósito, missão e visão São as grandes direções. Mas só funcionam se forem genuínas, simples, diferenciadoras, e úteis para decisões estratégicas.
2. Valores essenciais Devem ser curtos, memoráveis e ancorados de verdade no DNA e na realidade viva da empresa. Palavras genéricas não servem para nada.
3. Comportamentos esperados Traduzem os valores em atitudes, e quando bem disseminados, tornam a cultura tangível. Aí fica fácil saber se a cultura está viva ou só existe no papel.
4. Rituais e práticas Refletem e reforçam o que a empresa valoriza. São hábitos e ações que mantêm a cultura em movimento, no dia a dia.
5. Decisões e recompensas A cultura real aparece nas escolhas do dia a dia. No que se tolera ou não, no que se promove. E os melhores exemplos precisam ser reconhecidos.
6. Estilo de liderança Nenhuma cultura sólida sobrevive ao longo do tempo se os líderes não forem bons exemplos. Tudo começa e se dissemina através deles.
Como evitar os erros mais comuns
Algumas práticas simples ajudam a transformar a cultura em algo tangível:
Envolver os colaboradores desde o início. Cultura que desce pronta, top-down, costuma não colar.
Fugir da linguagem genérica. Quanto mais clara, diferenciada e concreta, maior a chance de ser aplicada na prática.
Escutar antes de escrever. As conversas com líderes ajudam a evitar que a cultura fique fora da realidade.
Criar rituais de cultura vivos, não documentos estáticos. Cultura precisa ser lembrada, vista, comentada e praticada.
Para concluir: cultura não se impõe, se constrói. E só se sustenta quando faz sentido para todos os colaboradores, que passam a colocá-la em prática organicamente.
Tenho trabalhado com C-Levels e equipes de liderança para transformar a cultura corporativa em algo mais significativo, vivo e engajador. Se quiser conversar e saber mais a respeito do processo, entre em contato!