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Falar de “carreira profissional” é coisa do passado?


Meu avô e o meu pai trabalharam em apenas uma empresa durante toda a carreira. Eu trabalhei em 10 empresas em meus 32 anos de carreira. E a minha filha trabalhou em 5 empresas nos seus 4 anos, até agora.


Esse não é um caso isolado. Eu noto que essa pluralidade, diversificação e mudanças de rota cada vez mais frequentes, é uma tendência crescente nas mais diversas carreiras profissionais. As novas gerações têm expectativas diferentes em relação ao trabalho e à vida, e isso tem impactado bastante a forma como as empresas atraem e desenvolvem os seus talentos. Basta ver o que vem ocorrendo nos últimos anos, com uma grande evasão (“great attrition”) de talentos no mundo todo.


Porém mesmo nesse contexto, ainda me parece que faz sentido falar em “carreiras profissionais”, porém agora sob a ótica de novos modelos e formatos que vêm sendo cada vez mais frequentes.


A intenção deste artigo não é de analisar todos os inúmeros modelos de carreiras do futuro, e sim de compartilhar algumas dessas tendências, modelos e dicas para inspirá-los a explorar algumas dessas novas vertentes, que façam mais sentido para vocês. Vamos lá:

  • Carreiras horizontais: no passado, um dos principais objetivos era subir na hierarquia de uma empresa, mas hoje em dia cada vez mais profissionais valorizam a possibilidade de mudar de área, projeto, função e/ou geografia, em busca de novos desafios, habilidades e aprendizados, sem necessariamente serem promovidos. Esse modelo também beneficia as empresas, que passam a ter colaboradores mais flexíveis, mais completos, e capazes de se adaptar mais rapidamente a mudanças.

  • Carreiras multidisciplinares: até recentemente, a maioria dos profissionais buscava se especializar em uma área específica. Hoje vemos profissionais se aprimorando em duas ou mais áreas distintas, como um engenheiro de software que também é especialista em marketing e inovação. Além de ampliar o leque de oportunidades, este modelo cria profissionais com uma maior habilidade para lidar com diferentes desafios de forma criativa e inovadora. Dentro deste conceito, empresas como o Google ou a Deloitte já oferecem aos colaboradores a possibilidade de participar em múltiplos projetos simultaneamente.

  • Carreiras paralelas: a meu ver esta é uma das maiores tendências para o futuro, acelerada pela tecnologia, disponibilidade de informações, e pelo trabalho remoto. Neste modelo os profissionais desenvolvem duas ou mais carreiras paralelas, não necessariamente correlacionadas entre si, em funções, serviços, segmentos e até países diferentes (remotamente). Frequentemente este modelo busca a complementaridade de renda, mas precisa estar bem alinhado aos propósitos e objetivos do profissional, para evitar frustrações e “burnout” no médio prazo.


Vale dizer que os modelos acima não são mutuamente exclusivos, eles frequentemente se sobrepõem e se complementam. E com tantos modelos possíveis de carreira, considero fundamental ter sempre em mente alguns pilares fundamentais que ampliarão as suas chances de sucesso, tanto da perspectiva do seu crescimento como da sua felicidade:

  • Ter sempre abertura e flexibilidade para a “tentativa e erro” -- tanto de parte dos profissionais como das próprias empresas, ao desenhar planos de carreira e de desenvolvimento. Recomendo conversas frequentes com profissionais experientes nas diferentes áreas, para avaliação de opções, oportunidades e troca de experiências. Quem sabe você não descobre que gosta de alguma área ou job que nunca tinha imaginado?

  • Acompanhar e participar do rápido desenvolvimento tecnológico: da inteligência artificial às novas formas de comunicação, organização e interação remota no trabalho. Fique atento, estude, experimente e aplique na prática do seu dia a dia. Especialmente para os profissionais de áreas não diretamente relacionadas com a tecnologia, esse conhecimento (e prática) será cada vez mais um diferencial.

  • Acompanhar e participar de novas tendências no mundo do trabalho: a mais óbvia é o trabalho remoto eficaz, mas será cada vez mais importante entender e praticar também a agilidade no trabalho, a diversidade e a inclusão nas suas equipes, além de conhecer e saber aplicar as melhores práticas de sustentabilidade.

  • Desenvolver a sua habilidade de aprendizado contínuo. Hoje o aprendizado não é mais somente através de cursos, livros e certificados. É através de podcasts, vídeos, artigos, blogs, eventos, workshops, grupos de compartilhamento, etc. Avalie quais podem trazer mais conteúdo relevante para a sua carreira, e não se estresse pela enorme quantidade de canais e formatos: lembre-se de evitar o “learning burnout” ou o “FOMO”.

  • Ampliar suas habilidades de networking e a sua rede de contatos. Em um mundo cada vez mais conectado e competitivo, uma boa conexão pode gerar mais oportunidades (e ser mais rica e divertida) do que enviar CVs ou aplicar para jobs com milhares de concorrentes.

Enfim, essas são apenas algumas das várias tendências e dicas, com base na minha experiência, para que você possa ir moldando e aprimorando a sua carreira para o futuro.


E, da perspectiva das empresas, terão maior sucesso aquelas que oferecerem maior flexibilidade, adaptabilidade, criarem oportunidades sem fronteiras, sem vieses, e baseadas em competências. Elas sem dúvida terão maior competitividade para atrair e reter os melhores talentos do mercado.

 

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