Há vários anos venho estudando e apoiando empresas na implementação do Agile, especialmente nas áreas administrativas como marketing, planejamento, inovação, RH, etc.
Porém eu venho escutando com frequência a pergunta: ainda faz sentido falarmos sobre Agile após as enormes transformações nos negócios forçadas e aceleradas pela pandemia? A esta altura, todas as empresas, áreas e colaboradores já deveriam “ser ágeis”, correto?
Na minha percepção, ainda há uma boa jornada a ser percorrida. Essa percepção é reforçada pelos dados de pesquisas globais sobre a agilidade nos negócios, como o recente global report do BAI, que indica que apenas 25% das empresas entrevistadas na América Latina já considera ter atingido um bom nível de ‘business agility’, e que quase 60% dessas empresas estão nessa jornada de transformação há pelo menos 2 anos. Então se vocês ainda não começaram, é hora de avaliar.
Para quem ainda não conhece muito sobre o Agile, no final do artigo eu compartilho um link, e lembro que trata-se de uma cultura de autonomia, adaptabilidade e aprendizagem, com feedback frequente do cliente. Portanto, é mais sobre pessoas, cultura, habilidades, comportamentos e resultados, do que sobre ‘frameworks’ específicos (ex. Scrum, Kanban, SAFe, etc.). Muita gente se perde nessas metodologias e acaba esquecendo dos comportamentos mais fundamentais.
Ainda que frequentemente a implementação do Agile comece a partir das áreas de tecnologia, inovação e desenvolvimento de produtos, é importante avaliar como estender a agilidade para outras áreas do negócio se realmente quisermos ver resultados significativamente superiores.
Particularmente, hoje já não consigo mais imaginar uma área de marketing, inovação, desenvolvimento de produtos, ou uma agência de publicidade, que não esteja trabalhando de forma Agile. É crítico para manter-se competitivas e eficientes, e já existem inúmeros “cases” comprovando o impacto positivo da agilidade nestas áreas do negócio.
Se a implementação do Agile pode parecer complexa ou arriscada, a uma primeira vista, vale lembrar que tudo pode começar com um projeto piloto em uma equipe menor, como um primeiro MVP para testar, aprender, ajustar, e só depois escalar para mais áreas. Recomendo ter em mente as perspectivas a seguir, quando você for implementar e aprimorar a agilidade do seu negócio:
A agilidade dos negócios é um processo contínuo, e não um estado fixo. É uma jornada onde a questão não é se, mas o quanto você tem (e se é o suficiente).
As empresas costumam ter simultaneamente níveis de habilidade e de maturidade diferentes, em diferentes áreas, no que tange a agilidade do negócio. Isso é normal.
O Agile pode ser estabelecido de milhares de maneiras diferentes, usando diferentes abordagens, práticas e modelos operacionais. Estude, escolha e adapte a sua.
A agilidade de negócios só pode ser medida por meio de comportamentos reais – se você age com agilidade na prática, no seu dia a dia, você tem agilidade.
Embora a agilidade realmente possa transformar empresas e resultados, vale lembrar que a trilha de transformação ágil do negócio precisa ser liderada e fortemente apoiada pelo CEO, Conselho, C-Levels e executivos líderes da empresa, para se ter sucesso.
Este breve artigo não teve a intenção de ensiná-los sobre o Agile, e sim de provocá-los a (re)pensar sobre os inúmeros benefícios que a implementação do Agile poderão trazer para a sua equipe, sua área de trabalho, sua empresa e para a sua carreira.
Se quiserem conhecer um pouco mais sobre o tema, aqui www.felippa.com/links há vários conteúdos. E abaixo compartilho uma imagem do BAI que resume bem os pilares da agilidade nos negócios. Espero que sejam úteis e que inspirem a sua jornada!
Cortesia: BAI - Business Agility Institute
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