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O RACI ainda faz sentido?


As estruturas organizacionais precisam ser adaptadas com cada vez maior frequência, para se ajustar ao contexto dinâmico dos negócios. E com isso, a pergunta que ouço com cada vez maior frequência entre as lideranças é: o modelo RACI ainda é relevante?


A resposta curta é sim, mas com nuances que refletem a agilidade necessária hoje em dia.


Explico, para quem ainda não conhece: o modelo RACI, um acrônimo para Responsável, Aprovador, Consultados e Informados, é uma abordagem estruturada para a distribuição de tarefas e responsabilidades dentro de qualquer projeto ou processo. 


Funciona assim: cada letra do acrônimo representa um papel distinto. Responsável é quem executa a tarefa; Aprovador é a única pessoa que possui autoridade para dar a “luz verde” final; Consultados são aqueles de quem devemos capturar inputs, durante o processo; e Informados são todos que precisam estar a par do progresso, sem estar diretamente envolvidos nas tarefas. 


Esta estrutura promove uma comunicação clara e uma organização eficiente, assegurando que todos saibam o que se espera deles. Sua simplicidade e clareza fazem do RACI um framework favorito entre líderes e gestores. 


No entanto, a pergunta sobre sua aplicabilidade em contextos mais dinâmicos é válida, considerando que as práticas de trabalho ágeis e modelos organizacionais fluidos ganham terreno. A chave para a aplicabilidade do RACI em ambientes dinâmicos é sua flexibilidade. 


A essência do RACI -- definir claramente quem faz o quê em um processo ou em um projeto -- é tão crítica para o sucesso em ambientes ágeis quanto em contextos mais tradicionais. 


Aqui vão algumas dicas para tornar o RACI mais eficaz nesses contextos ágeis:

  1. Envolver os membros da equipe na definição de papéis e responsabilidades, e, em última instância, no desenho do RACI em que eles estarão envolvidos.

  2. Ajustes frequentes: com os projetos evoluindo mais rapidamente, o mesmo deve acontecer com o RACI. Não basta uma definição inicial: ajustes periódicos devem ser parte do processo, e realizados de forma leve e rápida.

  3. Flexibilidade de papéis: em ambientes dinâmicos, é frequente que alguns colaboradores precisem usar vários "chapéus". O RACI pode acomodar essa realidade, permitindo que as responsabilidades sejam compartilhadas ou que uma pessoa desempenhe múltiplos papéis, desde que as expectativas sejam claramente comunicadas e acordadas.

  4. Comunicação constante: o sucesso do RACI depende muito da comunicação regular, esclarecimento das dúvidas, das “áreas cinzentas”, e sobre eventuais mudanças nas responsabilidades, de uma forma transparente e frequente.

  5. Simplicidade: o RACI só funciona, hoje em dia, se for tão simples e objetivo quanto possível. Evite mais de 1 Aprovador; evite mais de 1 Responsável, limite os Consultados ao mínimo requerido, e estabeleça prazos para as aprovações e consultas.

Assim, enquanto as organizações continuam a evoluir e adotar novas metodologias de trabalho, ferramentas clássicas como o RACI permanecem relevantes, servindo como uma bússola para a clareza de papéis em qualquer contexto, independentemente da sua velocidade ou do modelo de gestão. 


Recentemente tive a oportunidade de ajudar uma das maiores empresas do país a redesenhar seus RACIs no marketing. E foi unânime a percepção de que, para além de maximizar a claridade dos papéis e a eficiência das equipes, a nossa conversa sobre o RACI ajudou muito a aprimorar processos, interfaces e o ecossistema de marketing como um todo. Um belo efeito colateral positivo!


Compartilhe suas experiências a respeito nos comentários, e se você quiser trocar ideias sobre como essa e outras ferramentas estratégicas podem aprimorar o desempenho da sua equipe e do seu negócio, entre em contato.

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